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Tennis Elbow: resumo geral


Como ocorre e o que existe de novo no tratamento deste inimigo do tenista

 

Muito se tem estudado sobre esporte, e com o incremento de novas técnicas de estudo muito de novo se tem aprendido com relação ao tratamento e a reabilitação de atletas. Cada esporte tem um comportamento específico quando se estuda as lesões mais freqüentes que ocorrem devido a prática intensa e excessiva. Por isso a importância do traumatologista esportivo no acompanhamento destes casos.


E, mais do que isto, se torna cada vez mais importante a formação do médico que atende esportistas e atletas de alto nível de competitividade o estudo detalhado do esporte em si, principalmente na área de biomecânica (estudo dos movimentos). Os centros mais desenvolvidos do mundo já apresentam estes estudos de maneira bem expressiva, e acho que já é hora de desenvolvermos isto em nosso meio.
Minha idéia em estudar o tênis nasceu deste incentivo e de uma vontade própria, pelo fato de ser praticante de tênis nas horas vagas. E como a grande maioria destes, já passou por uma dor desconfortável que surge no cotovelo e demora para passar as vezes: o tão famoso e conhecido tennis elbow.


A epicondilite lateral do úmero (nome correto desta patologia) é uma doença extremamente comum em praticantes de tênis de uma maneira geral, embora seja rara em competidores de elite. Ela ocorre devido a esforços repetitivos (que todo tenista deve fazer para treinar e jogar) e, principalmente, devido a uma técnica inadequada na seqüência de alguns golpes.
É importante frisar que o movimento inadequado que gera a lesão é o backhand (esquerda), principalmente quando este é realizado somente com uma mão. Isto porque o backhand envolve um movimento de extensão do punho com forte contração muscular concomitante, para que o golpe seja mais preciso e mais potente. Os movimentos de forehand (direita) transcorrem com menor stress na musculatura extensora (com exceção daqueles que envolvem movimentos de topspin), poupando com isto a região lateral do cotovelo.


A principal queixa de uma pessoa com este patologia é a dor na região lateral (externa) do cotovelo, que por vezes pode ser sentida na região da musculatura extensora proximal do antebraço (aquele local onde se usam os famosos braces imobilizadores ou tiras para tennis elbow).


Neste ponto se torna importante a figura do ortopedista. Esta dor, apesar de na maior parte dos casos ser decorrente do tennis elbow, pode ser devido a compressão nervosa, como ocorre na chamada síndrome do nervo interósseo posterior. Esta doença pode apresentar os mesmos sintomas iniciais do tennis elbow, mas a sua forma de tratamento e seguimento clínico é totalmente diferente. Nestes casos, exames como a ressonância magnética e a eletroneuromiografia (usada para testar o estímulo nervoso e a resposta do músculo a este estímulo) têm o seu valor para se excluir ou confirmar o diagnóstico.
Com relação ao tratamento do tennis elbow, alguns detalhes merecem ser citados. Na grande maioria dos casos, o tratamento é conservador, com o uso de anti-inflamatórios e fisioterapia, principalmente com exercícios de alongamento muscular e terapêuticas para diminuir a dor. A partir do diagnóstico, o tenista deve parar de jogar, e o retorno deve ser dirigido e especificado para cada caso, como falaremos a seguir.


Apesar da facilidade no diagnóstico e tratamento iniciais, muitos atletas nos procuram com casos não curados, e estes já requerem um estudo mais cuidadoso. As infiltrações com corticóides podem ser úteis, embora devam ser feitas com cuidado, por profissional capacitado e nunca ultrapassarem o número de duas ao ano. Particularmente não me agrada este método de tratamento, embora eventualmente possa ser utilizado, dependendo do caso.


Em último caso (felizmente na menor parte dos casos) esta doença acaba tendo que ser tratada de forma cirúrgica. Em atletas, indicamos cirurgia nos casos crônicos onde a dor persiste por um período de mais de 3 meses, mesmo após um tratamento clínico e fisioterápico adequado. O procedimento cirúrgico é relativamente simples, consistindo em se retirar o tecido de fibrose (tecido que se forma devido às microlesões que ocorrem) que se encontra na região da musculatura extensora no epicôndilo lateral.


Em termos numéricos, cerca de 90% dos casos de tennis elbow melhoram com o tratamento clínico e fisioterápico adequado. Dos 10% restantes, cerca de 50% melhoram após uma parada na prática esportiva e tratamentos fisioterápicos mais modernos, como a iontoforese com corticóides. A outra metade de pacientes invariavelmente requer tratamento cirúrgico, se quiser continuar com a prática esportiva. Destes, 95% apresentam melhora do quadro de dor e retorno ao esporte em 3 meses.
Após qualquer tipo de tratamento, este retorno ao esporte deve ser gradual e devem ser seguidos alguns passos.


Sempre que retornar a atividade, a carga e a intensidade deve ser diminuída, e deve-se diminuir a tensão nas cordas da raquete. Orientamos que se diminua a tensão cerca de 5 a 10% . Como exemplo, quem usa normalmente uma tensão de 60 libras deve diminuir para cerca de 54 a 57 libras. Nas primeiras duas semanas esta tensão é mantida, e no prazo de um mês vai se aumentando gradativamente a tensão até por volta de 4 a 6 semanas, período onde pode se retornar a tensão costumeira das cordas. Voltando ao exemplo acima, o atleta usaria nas primeiras duas semanas de retorno 54, depois 56 por mais uma semana e na próxima 57. Voltaria então para 60 a partir desta data.


Outra orientação que seguimos é a de, sempre que possível, usar cordas de material orgânico, pelo menos nas primeiras 4 semanas. As cordas sintéticas (tanto uni como multifilamentares, simples ou mistas – como as do tipo Kevlar) costumam ter maior durabilidade porém transmitem mais vibração para a raquete e, por continuidade, para a mão, punho e cotovelo. Isto é prejudicial em uma fase de recuperação.


Apesar de todas estas recomendações, nada será útil se você não evitar o movimento que causou a lesão. Orientamos que o retorno deva ser feito sem que se realizem os movimentos de backhand, por pelo menos 2 a 3 semanas. E quando voltar a usá-los, o técnico e o médico devem sempre ser consultados para que se observe o tipo de empunhadura usado. Hoje se sabe que os tipos de empunhadura são importantes na transmissão de forças nos movimentos do tênis, o que pode propiciar um maior número de recidivas destas lesões. Outro dado fundamental é evitar o saque com efeito (slice) e as bolas de direita com topspin por aproximadamente 3 semanas.


O uso de braces para tennis elbow (várias marcas existem no mercado) pode propiciar uma melhora e uma sensação de conforto para o tenista, mas os trabalhos que existem sobre a sua utilização deixam dúvidas se realmente eles são úteis na prevenção da lesão. Procuramos orientar exercícios de propiocepção específicos para o membro superior como um todo, na reabilitação final dos atletas, pois acreditamos que o trabalho muscular adequado associado a um músculo que saiba responder adequadamente a estímulos intensos é o fator principal para que o atleta não tenha novamente este quadro.


Muito ainda se tem para estudar, e com certeza estaremos sempre nos aprimorando para trazer aos nossos tenistas o que nos grandes centros do mundo já é feito a muito tempo: tecnologia aliada a ciência e conhecimento, para que possamos cada vez mais atender melhor estes atletas que refletem no tênis o seu amor pelo esporte.

Dr. Rogério Teixeira da Silva
Ortopedista e Médico do Esporte
Tel: (11) 5549-5581
e.mailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

 

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